A história do ouro em Minas Gerais está intimamente ligada à fundação do Brasil moderno e ao auge do período colonial. A cidade de Ouro Preto, em especial, foi o epicentro dessa riqueza e se tornou um símbolo cultural e econômico.
Descoberta do Ouro em Minas Gerais
No final do século XVII, bandeirantes paulistas encontraram grandes jazidas de ouro na região que hoje corresponde a Minas Gerais. Esse achado provocou uma verdadeira corrida do ouro: milhares de pessoas — portugueses, colonos, africanos escravizados e até estrangeiros — migraram para a região.
O nome “Minas Gerais” surgiu justamente dessa abundância de “minas” espalhadas pelo território.
Ouro Preto: Coração da Mineração
A antiga Vila Rica (atual Ouro Preto) foi fundada em 1711 e logo se transformou no maior centro urbano da colônia. O ouro extraído era levado em tropas de mulas até o Rio de Janeiro, de onde seguia para Portugal.
- Arquitetura e Arte: A riqueza do ouro financiou igrejas barrocas monumentais, como as de Aleijadinho e Mestre Ataíde. O estilo barroco mineiro é até hoje um dos maiores legados culturais do período.
- Administração Portuguesa: Para controlar a extração, a Coroa criou casas de fundição e cobrava o quinto (20% de todo o ouro produzido). O não pagamento gerava perseguições severas.
- Revoltas: O peso da tributação foi um dos estopins da Inconfidência Mineira (1789), liderada por figuras como Tiradentes.
O Declínio
A partir do final do século XVIII, a produção de ouro começou a cair. As minas mais ricas se esgotaram, e o custo da extração aumentou. Ouro Preto perdeu centralidade econômica, mas manteve-se como capital de Minas até 1897 (quando Belo Horizonte foi inaugurada).
Hoje, Ouro Preto é um Patrimônio Mundial da UNESCO (1980). A cidade preserva casarões coloniais, igrejas douradas e ruas de pedra que testemunham o ciclo do ouro e a complexa história de escravidão, riqueza e arte.
